Pelos Olhos

Pelos olhos, esta porta da alma aberta,

Entra o silêncio louco, na noite deserta.

Agarrando-se na surdez das horas idas,

Alucinado, clama pelas alegrias tidas.

E o tempo, este fazedor de saudade,

Antítese, começo e fim da eternidade,

Tão Indiferente à dor de quem a sente,

Esteriliza todo sonho na mão dormente.

E pelos caminhos por onde passa o tempo,

Como grafites desenhados na tela da face,

Ficam as marcas dos olhares como lamento.

E ainda que a timidez do riso largo disfarce,

No ritmo do tempo, em compasso de alento,

Oculta o peito a dor que no coração alarga-se!

MAReis
Enviado por MAReis em 24/02/2017
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