O moço e eu
Olha, moço,
eu moro ali longe
perto do infinito,
algo assim como o ontem
que ainda vai chegar.
Ouça, moço...
carrego a cruz da surdez
e a tempestade das palavras
que não me saem da boca
e, quase loucas, elas apenas sussurram
para a nudez de meus solilóquios.
Quando esse moço chegar
e eu sair de mim mundo afora,
ai de alguém que me disser
tudo o que eu não possa ouvir
nem falar...
Olhe, moço, eu sou assim,
vou-me embora...