DE UMA SAUDADE
Lembrando o que é ausente
E querendo aqui no presente,
O olhar se entristece,
O sorriso desaparece,
As mãos ensaiam um aceno
Mas, já não faz sentido,
Tudo está vazio,
A imagem saiu de cena
Num grito silencioso
Que faz rasgar as entranhas,
Expressando a dor de uma saudade,
Desperta um pensamento
Que logo se lança ao vento
Voando, voando longe
E no retorno, sem suportar,
Deixa jorrar as lágrimas quentes
Feito cascatas, por sua face
Lava a alma, queima o rosto,
Não é dor e nem desgosto,
É a saudade, que não se identifica
Se foi do que viveu ou do desejo que reprimiu
Enquanto a noite fria corre em busca do dia
A insônia lhe faz companhia
A espera de um novo alvorecer,
E quem sabe, traga ao viver
Tudo que mais lhe dá prazer
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Grito Silencioso
O universo grita por socorro e chora...
Escuto um lamento inquietante e olho...
Parece-me que todos o escutam e ignoram...
Em expansão, meu espírito torna-se o vento...
Sofre, grita, morre e vai ao firmamento...
Manifesta-se uma vontade infinita eternizando o momento...
Com o Sol vem a esperança e mais um dia...
Começamos novamente...
Penso ter entendido esse grito,
mas sinto-me impotente...
Absorvo grande e estranha sabedoria,
uma força inocente...
Gostaria de poder ecoar por todo o universo,
essa vontade que sacode ...
Mas meu grito tímido comprime-se
infinitamente incompleto, e
o silêncio, sobre um saber disperso,explode...
Vejo Deus manifestando-se em toda parte e toco...
Procuro seu querer em tudo e gosto...
De repente, em total contraste,choro...
Tento entender a vida como um todo,e sem conflitos...
Mas o meu ser, torna-se tão tedioso
que meu pranto é um sorriso,
e o meu grito,/silencioso...
(Jacó Filho)
Obrigada, caro Poeta!