ENCHENTE
Choveu tanto
que há água
por todo lado,
não sei se ando,
me jogo e nado
ou mesmo nada
me salvará
destas paredes;
te afogarás
nessa enchente?
Habitarás
nesta saudade?
À minha volta
não há margem
será que é lágrima?
Sou idiota
perdi teu endereço
não te conheço
foste miragem?
Vejo meu rosto
já inundado
não reconheço
de tão mudado
despeço e choro
os teus segredos
bem guardados
estão indo embora
neste dilúvio
que desemboca
onde é que mora
tua saudade?