Tinha uma poesia no meio do caminho.
No meio do caminho tinha uma poesia.
Caminhei mais um pouco, e novamente,
outra poesia aparece
bem no meio do caminho.
Caminho novamente.
Metades novas aparecem.
E a boa e velha poesia vai se renovando.
A me dissipar as amarguras
A me colorir as travessuras
De continuar andando
e encontrando pedras filosofais
Pedras que são esculturas do acaso.
Pedras que se esfarelaram
E na areia do lirismo
O mar sábio
em suas vagas
põe a dinâmica do tempo...
E cria o espaço
da imaginação e loucura.
Tinha uma pedra
no meio do caminho.
Tinha uma poesia
no meio do caminho.
Tinha um caminho
no meio do caminho.
Um atalho.
Um enigma.
Um aforisma.
E a essência do meio do caminho
torna-se subitamente
o caminho inteiro.