SÁBADO
Manhã de sábado como um dia qualquer
sem novidades, sem nada prá fazer.
Tarde de calor, de silêncio, de preguiça
nada de saídas, nem festas, nem almoço.
Somente isso ... contentar-me em viver!
À noite, mais quente ainda
o caos se fez ... a luz apagou !
Assim estou
sem TV, sem livros prá ler.
Sem o Recanto das Letras
sem karaokê .
Sozinha em minha casa
lembranças chegando
coração disparando
cabeça revirando prá onde não sei.
Pensamentos brigando
loucuras passando
maltratando meu coração.
Minha alcova vazia,
travesseiros arrumados,
lençóis branquinhos
de puro linho.
O meu corpo cansado
repousa assustado
com medo e infeliz!
Vivencio o passado
relembro o que não quis.
O sono não chega
meus olhos abertos
sem nada enxergar.
E a luz não volta
a brisa não entra
ninguém me chama
telefone não toca,
ninguém me incomoda.
Ah! Como eu queria ser incomodada
nesta hora!
Não me sentiria tão sozinha.
O que resta de mim neste sábado
Que não a agonia, tristeza infinita
calor no corpo, escuridão na alma ?
Saudade doendo,
olhos ardendo
mas não quero chorar...
como não há pranto
Não calarei o meu canto.
Usarei a minha voz
Em canções há muito esquecidas
relembrando com saudades
um grande amor da minha vida.
- Leila Azevedo - 2012