Rendição

E de repente aquieto-me

Mesmo diante do caos da noite

Sonoridade indesejada

Buscando engolir todos os pensamentos

É um ritmo acelerado

Enquanto a matéria cansada espreita...

Os sonhos que virão mais tarde

Aquieto-me como a render-me

Diante do silêncio intolerante

Da espera angustiante

E dessa falsa solidão que experimento

Está mais para saudade, confesso

Uma dor que não a quero mais

E se a renego, liberto a noite

As horas, os dias

E prendo-me, ainda que não perceba

Em cada linha estruturada

Entre uma poesia minha

E algum poema longe

Que agora finge adormecer

Enquanto a alma inquieta

Tenta despertar o ser.