CORAÇÃO
Rasgaram o coração...
Não há como costurar.
Cortaram com uma navalha...
Não há como remendar.
Foi dor de pranto que rola...
Que arranca e deixa no chão.
Foi pingo de chuva na noite...
Que some na escuridão.
Foi areia que vento carrega...
E leva por outros lugares.
Foi brisa suave e leve...
Que passa e deixa seus ares.
Foi tempestade de pensamentos...
Que arrancou o suporte, o sustento.
Foi lua que brilha na noite...
E vence a escuridão.
Foi passo dado a esmo...
Que leva ao precipício.
Foi noite de descoberta e trevas...
De luta, dor e suplício.
Arrancaram o coração...
Colocaram sob duro chão.
Não falaram que o sentimento.
Seria apenas ilusão.