Ponto de Equilíbrio

Nas entranhas do meu corpo, vi nossos corpos transformarem-se em uma única célula.

Da exaustão ao cansaço ainda envolvida em teus braços vi o amanhecer e o anoitecer.

Vi as estrelas e a lua namorando e conquistando outras constelações.

Vi o meu corpo em teu corpo respirando e sentindo o mesmo ar puro e carnal.

Vi o teu cheiro em meu cheiro impregnando minhas vestes, isso não dá para esquecer, levarei comigo para sempre meu amor.

Quando a saudade aperta tiro-as do armário me delicio e me embriago até o olfato saciar a tua presença.

Hoje, tua inexistência só culmina, corrói e dói na alma.

Essa essência insípida e inodora só lamenta e clama.

Essa tua insensatez culmina os meus dias e adoece o meu ser.

A minha alma chora, inunda meu corpo, tira meu sono.

Chove lá fora e eu transbordando como correntezas da água me veem hoje driblando obstáculos na esperança de encontrar um ponto de equilíbrio onde eu possa pedir abrigo.

Hoje eu não sorrio mais,

Meus sonhos foram junto com a enxurrada.

Rio, 13/01/2017

Simone Lopes