Solitude
Solitude
Na solitude do monte,
no cume verde em trono,
és bela - a estátua deificada
e cinzelada pela natureza...
(E a leve brisa irrompe
da neblina opalescente
raiada de ouro pálido
dum tímido raio de sol.)
Teu olhar perscruta vivaz
as cores ténues e incertas...
Nele navegam ilusões futuras
filhas das memórias passadas.
(Que foz irmanada atrai tanto
a corrente das emoções geradas
por nascentes eruptivas de antanho?)
Desconheço que incessante busca te
possui feroz nessa quietude;
vislumbro-te apenas pelo coração
que manténs (vivo) cativo no teu!
Se cada suspiro teu é a chave
que te verseja o ser de amor,
entreabre o teu seio...
Liberta-me! Expulsa-me de vez
sem dó, qual invasor indesejado!
Ou encerra-me eternamente em ti,
como poema relido em pergaminho!
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