Quando a nova poesia nascer
Quando você ler esse
poema
E sentir a poesia adentrar-lhe
as suas veias,
aos seus orifícios,
por dentro dos olhos,
Ouvidos e pêlos
E espreitar sua alma
Na delicadeza escondida
Recôndita num canto qualquer
De sua existência
O céu não será mais
Apenas o céu
E o mar, aquela imensidão salgada
do mar e seu
Encontro com a areia
Não serão mais apenas o mar e areia
A manhã não será mais um nascer do
sol
E as estrelas pequenas e distantes
Dirão a você a razão de viver...
Quando você injetar a poesia por entre os
tecidos da alma
E trajá-la em gala, rota
Ou diária
Você descobrirá novo e
sagrado sentido das coisas
Vivas, mortas, moribundas
Ou que ainda estão por vir.
Quando você acabar de ler
Esse verso
Você não será mais o mesmo
O tempo não será mais o mesmo
O espaço é outro
Tudo mudou instantaneamente,
Misteriosamente
O que era belo
Se tornará pleno
O que era sincero
Se tornará apenas natural
E você será a nova poesia
Da razão de ser.