Homenagem ao poeta “ausente”
(Ele veio ao mundo (naturalmente)
Assim como vem todos os mortais
Apesar de não ser um ser"comum".
O poeta, em matéria de palavra
Nada fica a dever a homeme algum.)
Assim como vem todos os mortais
Apesar de não ser um ser"comum".
O poeta, em matéria de palavra
Nada fica a dever a homeme algum.)
A escrivaninha do poeta
Soltou um lamento,
Ruiu a madeira...
A agenda, o diário, a caneta
Folhas avulsas cobertas de poeira.
O poeta partiu discretamente
Deixando sobre a pavimentação
As lágrimas incontidas
Reflexos das dores sentidas,
E velhos sonhos alquebrados
Pisoteados sob os pés daquela gente.
O poeta sabe que sua ida é para sempre
E parte levando consigo o poema
Do sonho de eternamente.
Um dia o poeta chorou
Lamentou pelos sonhos
Que não realizou;
E pensou: como a vida é curta, injusta!
Pelas ruas do centro e entre vielas
O cortejo passou...
Adultos acenavam, criançasperguntavam:
Quem é o poeta que agora nos deixou?
- É um ser incomum, a caminho do Pai,
Recebeu alguns dons que lhe fazem "imortal".
Ao olhar para o céu, estrelas rutilantes,
Da terra a contemplar.
Não há criatura que negue
A imortalidade do poeta
Que (hoje) compõe poemas e canções de amor
Para os anjos que lá o aguardavam,
Espalhando versos excedentes pelo ar!
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