Das cinzas, as rosas...
Joguei as cinzas: um seco, mole e volátil pó,
na superfície verde de miúda graminha nos fundos de minha casa.
Apalpei, carinhosamente, forçando os dedos a mastigar as cinzas,
como num movimento de toque, de abraço, de força bruta para “ter” novamente aquilo que ainda existe em algum lugar em mim...
Espargi, como se tocasse um piano no céu, semeando no quintal,
junto do plangor, tal adubo - as cinzas como florescer de nova existência... e assim se fez...
Posterior borrascas, lufadas e o alumbro;
Vi nascer Roseira delgada, de plácidas silhuetas,
Um arabesco mimetizante por tão formoso conchal ornamental...
Rubicundas labiais pétalas.
Sensuais estrepes entremeados orgânicos braços oblongos.
Um doce mel verte de seu corpo e amortiza meu ser.
Metamorfoses...
Da morte, o perfume da vida em novas texturas...