SONHOS FEITO EM PALHA

Velha esteira de palha,

No esgaço de tuas louras tramas,

encerra idade que não a talha,

Mantendo-se impassível e não menos bela,

Ainda engana o tempo que não a revela.

Velha esteira de palha,

Novo dia, vida, sol que raia,

Banhando-a, estendida,

Sempre à beira da minha praia.

Velha esteira de praia,

Tranças de sonho e de palha,

embalando vivas lembranças,

Na mira deste mar, rente à beira,

Filigranas de sal, tocada por grãos de areia.

Ah.. velha esteira de palha,

A beijar o chão desta praia,

natureza imaginária que encarna a vida que não a contém.

Emoções que brincam, e brindam.

Sem compromisso e com desdém.

Como o mar, naquela areia,

Quebrando ondas,

Num interminável vai e vem.

Sonoridade que encanta.

Bela sereia como canção se faz,

Raios de luz,

Recanto de paz.

Assim como a palha desta velha companheira,

Idosa senhora que em tramas se apresenta,

Também os sonhos e as lembranças.

E tal como no coração de uma criança,

Arrisco, sempre, aquela infância,

que me toca a alma por inteira,

Doce flagrância...

Ah! velha esteira de praia,

Sonhos feitos em palha...

luis roberto moreno
Enviado por luis roberto moreno em 26/07/2007
Reeditado em 10/08/2007
Código do texto: T580957