Lembrança
Quem morre,
É como um pássaro que se lança num abismo
E nunca mais pousa.
Quem morre,
É como um pássaro que se lança num abismo
E nunca mais pousa.
Gosto de olhar para o céu
E pensar em voos eternos,
Asas que movem-se, abertas
Por sobre a saudade dos vivos.
Estranho, como nos tornamos
Tão próximos de quem se vai,
Pois é possível, sempre,
Olhar para cima e revê-los,
Abranger distâncias
Através dos pensamentos.
E essas águias que planam,
O que sentem?
Escutam as preces sopradas,
Ou pairam sobre as saudades
Num voo longo e solitário
Sem pousos, sem sofrimentos,
Adormecidos?
Mas há manchas no azul,
Há sombras dentro das nuvens
E um brilho diferente
No meio de cada estrela.