EU OUVI TE AMO?
Desfalcadas mãos de piedade
me golpeiam o desvalido coração.
Sinto saudades até do nunca ouvi
e um vazio me oculpa as mãos.
Ver-se indo, em vida,
as lembranças inconfessas
- do eu te amo jamais dito e gritado pelas ruas -
é como punhaladas às costas.
Traiçoeiro é todo amor não revelado.
Boca muda, solidão de alma,
nas noites perenes e brandas
onde não vale mais um amor ardente
que a segura vida do amor dia-a-dia.
Adiam-se sonhos como se as nuvens
não fossem voláteis e não desenhassem
no céu um outro instante, a cada segundo.
Mãos vazias enchem-se do nada?
Não pode um ser sem amor ser cheio
e viver de seus inconfessávais desejos
sem que lhe persiga a feiura.
As mãos se estendem pias, castas,
mendigam que lhes caiam
os amores que lhes faltam.
Desfalcadas mãos de piedade
me golpeiam o desvalido coração.
Sinto saudades até do nunca ouvi
e um vazio me oculpa as mãos.
Ver-se indo, em vida,
as lembranças inconfessas
- do eu te amo jamais dito e gritado pelas ruas -
é como punhaladas às costas.
Traiçoeiro é todo amor não revelado.
Boca muda, solidão de alma,
nas noites perenes e brandas
onde não vale mais um amor ardente
que a segura vida do amor dia-a-dia.
Adiam-se sonhos como se as nuvens
não fossem voláteis e não desenhassem
no céu um outro instante, a cada segundo.
Mãos vazias enchem-se do nada?
Não pode um ser sem amor ser cheio
e viver de seus inconfessávais desejos
sem que lhe persiga a feiura.
As mãos se estendem pias, castas,
mendigam que lhes caiam
os amores que lhes faltam.