Janela

Foram-se os velhos e os moços

Eles se perdem em seus próprios pensamentos

Penso no que pensam os sábios velhos obsuletos

Sinto a vida como sentem os moços

Que não sabem bem como vivê-la

Tenho a esperança das coisas que se foram

Quero cor e luz

Tenho sombra

E um pouco do colorido que me trazem as crianças

Onde está você?

Talvez tenha morrido com os velhos

Ou se matado com os moços desvairados

Falta-me o pulsar de tua presença balsâmica

Falta-me o ar e a comida!

Antes que eu morra

Queria ver através da janela

Os velhos e os moços voltando

Com seus dentes e músculos

E, simplesmente ser

Como qualquer um deles

Com dentes e músculos

E, simplesmente ser

Como qualquer um deles

Com dentes e músculos e vida!

Patrícia Carnieto
Enviado por Patrícia Carnieto em 01/10/2016
Código do texto: T5778403
Classificação de conteúdo: seguro