DUAS MADRUGADAS

Parece ser duas madrugadas
embora vendo duas estradas
estou cambaleando ao caminhar.
Tenho em mim viva a desilusão
e na mente o veneno da solidão
tudo escuro nessa noite sem luar.
A alma em negrura
astral na sepultura
não consigo cantar.

Depois daquele tremendo desacato
sentindo como o destino foi ingrato
ela recusou comigo na tarde falar.
Início da noite partí para a arruaça
madrugada, já com o caco na cachaça
não lembro quando em casa fui chegar.
Com esse desaforo
foi o fim do  namoro
tive que aceitar.

Mas a vida tem sempre seus espinhos
não irei procurar outros caminhos
e como na noite nunca mais vou beber.
Continuarei sendo no futebol o capitão
nas novenas e missas, rezarei a oração
será ela que terá de me esquecer.
Foi meu orvalho
meu pé de carvalho
que não vai morrer.


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 25/09/2016
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