Duetos improváveis com Iolanda Pinheiro
Saudade
Eu e a saudade de mãos dadas, vamos
Pelo jardim de dor e esquecimento
Nossas lembranças no peito, levamos
No coração de ambas, um lamento
A saudade e eu, caminhamos pela vida
Pelas nuvens brancas e sonhos contidos
Na memória de um coração em partida
Beijos escondidos, contidos, lindos.
Eu e a saudade, velhas companheiras
Seguimos juntas rumo ao desenlace
No apagar das luzes derradeiras
Onde o amor em outro amor renasce
A saudade e eu, sempre nós fomos amigos
Paixão e sofrimento, caminham lado a lado
Nas luzes que se apagam, outros castigos
Amor não perdoa, esquecido beijo salgado
Eu e a saudade, em doce despedida
Nos afastamos dos vis desenganos
Dor que aos poucos se perde lida
A saudade e eu, um doce e triste fim
Longe por terra palavras e enganos
Coração sem certeza de um pleno sim
Eu e a saudade, nesta tarde morna
Traçamos juntas nossos loucos planos
E a saudade em novo amor se torna.
A saudade e eu, por fim assim separados
Rasgados sonhos, projectos de muitos anos
Amor e paixão assim apenas abandonados!
Iolanda pinheiro
Alberto Cuddel