Cadelinha desaparecida
Luzinha, estrelinha de brilho diferente
Sorriso ansioso patinha persistente
Olhar tímido mas nunca submisso
Volta Inha, deixa disso!
Que nesse mato não tem carinho
Que essa casa é a do vizinho
Que esse passeio da madrugada
Te deixa curiosa
A respeito da auto-estrada
Inha, menininha branquinha
Nunca vou esquecer do focinho
rosinha, cheio de pintinhas
Quando você era bebezinha
Volta Inha!
Que essa rua é muito fria
Mas se essa rua fosse minha
Eu mandava ela fechar
Com florestas bem cheirosas
Com gambás e com coelhos
Pra você, pra você poder caçar
Nesse seu momento de relaxamento
Patas com lama, orelhas ao vento
E nessa estrada de piche
Um motorista desatento
Abre a porta do seu carro
e você entra
já sem nenhum medo
pra passear para sempre
sem precisar guardar segredo
num bosque orvalhado
encontro marcado
com Hanna, com Donna,
com Bart e Princesa
Num lugar sem rios sujos
Sem cobras, sem asfaltos
E meu coração fica aqui
magoado, partido
Batendo manco, doído
Te imaginando brincando
Nesse campo, nessa ponte
Sob o arco colorido
Março 2011