Letargia
Eu solitário num letargo de gemidos sentindo
Tua falta num vazio cheio de gritos
Assombrosos...
Ai, vem tua lembrança feito víbora venenosa
A me perseguir nesse deserto de ti.
Me obrigo a sair dessa clausura que me é imposta
Para fugir de encontro a esse doce veneno
Que é tua lembrança, mesmo sabendo que irei sucumbir.
Me precipito do exílio abismo a baixo correndo o risco
Amargo de ficar somente nas lembranças
Tristes de teus carinhos forçados
De tua presença que a muito se foi.
Estou em queda livre nesse abismo que agora nos
Separa, ainda vivo de lembranças, dos desertos contigo
Às clausuras por ti impostas a mim,
Corro e corro, corridas em vão num ciclo
Viciante de ti ter de novo e nesse ter
Descobrir que mesmo nessa letargia
Eu conseguir amar quem me condenou
Um condenado amando seu carrasco
Me decepas a cabeça e os últimos
Segundos de alegria que terei
Será ver que depois de passado
Dias em exílios clausuras e abismos
Meus olhos viram a ti pela ultima vez.
Teu exilado Robervan