Faça-te Estrela!

Na solidão do quarto aberto na noite que me pertence,

Chegam-me as memórias construídas sob a luz da lua,

E na ânsia por trás de cada por sol, ainda que eu pense

Ficam, como tatuagem, mistérios em cada palavra nua.

Na transparência da janela descortinada, os olhos ficam

À espera da estrela que mate na boca a dor da ausência.

Ainda que um fio de brisa deslize como carícias às mãos,

Restam-me indistintas as vozes abrigadas na consciência.

Aquelas palavras escritas nas palestras das mesas fartas,

Aqueles abraços trocados na cruz dos nossos caminhos,

Aqueles silêncios feitos dos cansaços dos nossos carinhos,

É agora uma montanha de lembranças que não me aparta.

No balanço das nossas alegrias e dos nossos desencontros,

Sobram-nos os momentos de olhos, de bocas e de abraços,

E por mais que a lua sonhadora queira abrir o sol em nós,

A distância e o tempo são arquitetos na construção dos sós.

Volte! Faça-te estrela, entra pela janela aberta do quarto,

Nesta noite que nos pertence!!

MAReis
Enviado por MAReis em 12/08/2016
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