Monstros.

Houve um tempo na minha vida

Que havia monstros no telhado

Fantasmas atrás da porta

E esqueletos embaixo da cama

Mas alguém

sempre me chamava pra jantar

Acabou; ninguém me chama

Agora ninguém se importa

Hoje o monstro sou eu

Aquele tempo passou

E o outro mostro morreu

Eu ando tão cansado

Que nem posso mais subir

Em nenhum telhado

E eu olho pras crianças

Um tanto assustado

Elas também

ficam bem ressabiadas

Mas depois a gente brinca

e dá boas risadas

Sempre que existem

Esses encontros

Eu me lembro do passado

E sinto muita saudade

dos meus monstros.

Edson Ricardo Paiva.