Rogo-te, Mar!
Rogo-te, Mar!
Rumo, alheio, à costa transpondo a falésia
Numa ofegante escalada solitária e enxergo
O mar que saúda rugindo a sua eterna dor
De encarcerado pelas altivas montanhas.
Como louco, se arremete na vã esperança
De se libertar desta cela verde sufocante.
Desço, perigosamente, as veredas sinuosas
E junto à sua orla irregular, toco-lhe suave
Com minha mão trémula de frio e medo.
Rogo-lhe que se aquiete. E o mar se esvai
Em gotículas lacrimosas e doridas de sal
Que me envolvem em nevoeiro condenado.
Sussurro ao mar, que se evapore no éter
E leve a essência de meu toque na chuva
Até longínquas paragens do sul e se liberte.
Quem poderá dizer que uma pequena gota
Caia de mansinho nos lábios de minha amada
E a beije, com amor, na ternura de mim?
Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=297165 © Luso-Poemas