DE VOLTA AO MEU SERTÃO
DE VOLTA AO MEU SERTÃO - João Nunes Ventura-08/2016
Lá no meu querido sertão
Com o sol ardente a queimar,
O sertanejo não se entrega
Vem pro sul à sorte buscar.
E se lá no meu sertão
O céu deslumbra de azul,
Como padece o retirante
Nas escuras noites do sul.
Na primavera nossas matas
Mais verdes e floridas,
Nos olhos do andarilho
Tantas lágrimas padecidas.
Passa o tempo e o sertanejo
De tristeza amarga a dor,
Lembrança dos cantores da mata
E das verdes ramas do amor.
As noites do meu sertão
Traz o céu todo bordado,
De estrelas que fulguram
No firmamento azulado.
Nossos rios de puras águas
Faz a vida florescer,
O sertanejo longe soluça
De desgosto a padecer.
As matas agitam os galhos
Que abanam o mulungu,
Nossas vidas mais desvelos
Do que nas ricas terras do sul.
Às vezes o sertão é sofrido
E o sul mereça louvores,
Prefiro um sono sereno
Na terra dos meus primores.
Quando o sol no mar se esconde
E na sombra mergulha o sul,
Nas lindas noites estreladas
Resplandece meu Pajeú.
Nas sombrias terras do sul
Falta o fulgor do lar paterno,
No aconchego do regresso
Doce carinho e amor eterno.
Com saudades do berço amado
E da flor do cumaru,
Parto para o meu sertão
Adeus terras do sul.
Volto contente à pátria amada
Deixo sorrindo a região sul,
Volto à terra de sol ardente
Não abandono meu céu azul.