No Parque Municipal

Agora estou lembrando daquele dia

Aquela nossa alegria

Passeando no Parque Municipal

De mãos dadas, fora sensacional

Isso sim foi um encontro de casal

Apaixonados, fomos ver um filme, que tal?

Divertimos tanto que não vimos o tempo passar

Abraçados ficamos na fila, esperando o filme começar

Sentamos nas últimas cadeiras

Acalmem-se, não pensem besteiras

Lembro que havia comprado doces para ela

Para mim já bastava o sorriso dela

Mesmo na sala escura, conseguia ver

Queria novamente aquela cena reviver

Mas quero apenas escrever versos com sentido belo

Então mais uma vez, a caneta pego

Escrever sobre aquele tempo eu quero

No começo do filme perguntei qual era a história

Não conhecia ele, mas quem escolheu foi ela, oh glória

Disse para mim que se tratava de uma batalha

Imaginei que seria como escudo e espada

Acabou que minha mente, pela imaginação, fora enganada

Se tratava de uma luta, por uma causa

Imaginação minha era falsa

Me perdi muitas vezes

Provavelmente mais que treze

Já ela, interagia com o telão

Em alguns momentos, apertava minha mão

Ela participava da ação

Disso ela não podia dizer que não.

O filme, para mim, tinha uma extensa duração

Para ser sincero, não entendi o objetivo, a razão

Inicio ao fim foi, na minha mente, uma grande confusão

Sua luxúria me chamou nos créditos finais

Não fizemos nada demais

Haviam, na sala, outros casais

As cadeiras estavam "atrapalhando" os abraços

Aqueles famosos "amassos"

Chamem do que quiserem, mas dessa memória não me desfaço

Os créditos estavam repletos de cenas à repetir

Apenas seus beijos, naquele momento, queria sentir

Eu nem mesmo tentei resistir

Eu apenas sorri

Aproveitando o amor que ela sentia por mim

"Também amo à ti"

E o filme chegou ao seu fim

Acabei por não entender nada

Partimos então da sala

Estranhamente, dizia ela, estava cansada

Claro, foi a sessão de cinema mais animada

Onde certas garotas, ao filme, participavam

Animavam, encantavam e festejavam

Ela não fora a única

Antes que apareça uma dúvida

Eu estava satisfeito com aquilo

Não queria me desgrudar daquilo

Ela era minha noz, e eu um esquilo

Ao lado dela, caminhava tranquilo

A solidão não pesava nem um quilo.

Retornamos ao imenso Parque

Eu mesmo me perguntei, "Para quê?"

Ela dizia gostar dali, era relaxante

Porém ela disse isso de forma interessante

Ela começou, comigo, a procurar

Um cantinho para nos sentar

E também para ela descansar

Aquele lugar era ótimo para encontros

Haviam casais nos quatro cantos

Foi bom, não havia ninguém em prantos

De frente para o lago, encontramos o lugar

Uma relação não gira em torno de "beijar"

Ela queria contar, mas estava calada

Desejaria ser abraçada?

"Daria uma facilitada", pensei

"Gosto muito de você", "eu sei"

"Sinto o mesmo", disse para ela, "minha pequena"

Tudo ficou calmo, ela parecia serena

Me abraçou e no meu ouvido, baixo, falou

"Obrigada por me fazer feliz"

E a cabeça, em meu peito, encostou

Deixo agora uma nota do autor

Que no caso sou eu, o escritor

"Sinto tua falta, e não saberás

Espero um dia poder te avistar

Não poder mais te abraçar

Não poder, pelas ruas lotadas, te carregar

Deixando-te envergonhada

Pequena enciumada

Agora és a ex-namorada".