Cristais
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Cristais
Saudade.
O sal do tempo,
Idade das carícias que persistem.
Maldade.
Dos afagos invasivos,
o degelo da vontade.
Crueldade.
Tua audácia,
entrar pela cozinha...
Atrevimento que permiti!
Hoje, tenho apenas as ranhuras...
Das unhas que arrancaram arrepios.
Dos braços que me deram um nó.
Das palavras que arrepiaram minh'alma;
do contrapeso do nosso sonho.
Dormimos? Não!
Sonhamos? Também não!
Ardemos...
E nos perdemos entre os lençóis.
Fez-se o dia, novo sol.
Apressados, ajustamos os relógios.
Saudade. Ah, quanta maldade!
Quanta vontade de amar.
Amar sem pressa,
ouvindo teus ais.
Nijair Araújo Pinto
Iguatu, 29 de julho de 2016.
23h58min
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