É nessa hora...
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É quando estou perdida
Em meio a essa dor profunda,
Tão confusa e obscura, 
Chamada saudade,
Que, em minha boca,
Sinto aguçar ainda mais,
Um gosto amargo, meio ácido,
Meio doce e meio salgado,
Conhecido como lágrima...
É nessa hora que,
Bem em frente ao espelho,
Corajosamente,
Ouso encarar meus olhos
Tão apáticos, vermelhos,
Procurando, por quem sabe,
Alguma notícia sua e,
Consequentemente, minha também...
Triste, constato que
Quanto mais eu me busco,
Menos eu me acho
E, pior, nem sei onde foram parar
Os últimos vestígios de tudo
O que restou de mim...
Comprovo que,
Por mais que eu me eu veja ali,
Nítida, refletida no espelho,
Sinto-me oca, vazia,
Viva sim,
Mas totalmente ausente de mim...
Ah, é nessa hora
Que realmente sinto falta...
Sinto falta de tudo o que vivemos,
De tudo o que falamos,
De tudo o que fizemos,
Do quanto nos demos, nos derramamos
E do quanto nos escrevemos...
Reconheço que, 
De você, sinto muita falta,
Mas também sinto
Das tantas sensações que me causava...
Do quanto sentia-me viva e livre
Pelo simples ato de lhe falar diariamente,
Ou de sentir, ainda que de longe,
O calor um beijo e de um abraço seu...
Vendo-me assim agora,
Tão infeliz, incompleta,
Percebo o quanto estava repleto
De você por aqui...
É nessa hora que,
Mais uma vez volto para cama
E por mais um dia 
Vou brincar de viver
E morrer de saudades
De você e de mim...
Aliesh Santos
Enviado por Aliesh Santos em 13/07/2016
Reeditado em 15/07/2016
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