A ti leitor, deduzas
Dois sonhos e uma poesia
Sua pele reluz, fria
Três gotas caem: são lagrimas
Escorrem salgadas e cálidas
É frio o arcabouço que te cerca
Em volta, adornam-te pétalas
Agarro-me a esperança viva
Mas continuas ali, fria
Podes contigo me levar?
Prometo em nada hesitar
Garanta-me que não vai doer
Como dói imóvel te ver
Duas horas, pessoas comigo
São vultos, não ligo
Minhas pernas cansadas, estremecem
Mas meus olhos não adormecem
Três semanas, ainda não pude dormir
Essa saudade irá sempre existir
Sentimento niilista que não passa
Na poesia desfaz-se a graça
A flor, de velhice secou
A terra por cima ficou
Prometo-te, não tardar
Pois breve irei te encontrar
Onde a macieira dá frutos sempre
E as pessoas sorriem gentilmente
Foi assim que meu sonho mostrou
E meu tálamo paciente acatou
Eu quero ver-te hoje mesmo
Irei te encontrar no vilarejo
Promete que sozinha não irei estar?
Irei guardar teu lugar
Comigo trago uma flor
Esta é vermelha, a cor do amor
As brancas não quero, agradeço
São lindas como o teu cabelo
Lembra de mim a te olhar?
As lágrimas podem o cheiro aguçar
Mas teu cheiro não consegui sentir
O vidro te separava de mim
Pois bem, o poema têm de ter fim
Não são como teus olhos para mim
Eles sempre irão me visitar
Até, talvez breve, eu te encontrar.