A ti leitor, deduzas

Dois sonhos e uma poesia

Sua pele reluz, fria

Três gotas caem: são lagrimas

Escorrem salgadas e cálidas

É frio o arcabouço que te cerca

Em volta, adornam-te pétalas

Agarro-me a esperança viva

Mas continuas ali, fria

Podes contigo me levar?

Prometo em nada hesitar

Garanta-me que não vai doer

Como dói imóvel te ver

Duas horas, pessoas comigo

São vultos, não ligo

Minhas pernas cansadas, estremecem

Mas meus olhos não adormecem

Três semanas, ainda não pude dormir

Essa saudade irá sempre existir

Sentimento niilista que não passa

Na poesia desfaz-se a graça

A flor, de velhice secou

A terra por cima ficou

Prometo-te, não tardar

Pois breve irei te encontrar

Onde a macieira dá frutos sempre

E as pessoas sorriem gentilmente

Foi assim que meu sonho mostrou

E meu tálamo paciente acatou

Eu quero ver-te hoje mesmo

Irei te encontrar no vilarejo

Promete que sozinha não irei estar?

Irei guardar teu lugar

Comigo trago uma flor

Esta é vermelha, a cor do amor

As brancas não quero, agradeço

São lindas como o teu cabelo

Lembra de mim a te olhar?

As lágrimas podem o cheiro aguçar

Mas teu cheiro não consegui sentir

O vidro te separava de mim

Pois bem, o poema têm de ter fim

Não são como teus olhos para mim

Eles sempre irão me visitar

Até, talvez breve, eu te encontrar.

Isadora Franco
Enviado por Isadora Franco em 12/07/2016
Reeditado em 05/07/2018
Código do texto: T5694934
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