"A flor responde"
"Sois belas,mas vazias - continuou ele. - Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi ela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa". (Antoine de Saint-Exupéry , O pequeno Príncipe)
Saberás se ainda vivo?
Se ainda defendo-me dos meus algozes,
com meus quatro espinhos?
E se realmente as larvas me dominarem?
Estarei eu morta? Verei borboletas?
Como podes: dar-me afeto...
e depois abandonar-me?
Outros cuidaram, outros cuidarão...
mas não será como tu.
Não vês? Não olhastes ainda para o céu?
Percebes minha presença, mesmo quando indefesa
estou?
Certifica-te se colocardes a mordaça na fera
para que ela jamais me mate!
A redoma! Tu esquecestes de colocar à minha volta?
E se eu adoecer?
Não será vergonhoso para mim mentir:
que desta mentira ingênua, assim como eu, possa
trazer-te de volta!
"As vezes a gente se distrai e isto basta! Uma noite ele esqueceu de colocar a redoma de vidro ou o carneiro saiu de mansinho, no meio da noite, sem que fosse notado..." E todos os guizos então se transformam em lágrimas" (Antoine Antoine de Saint-Exupéry , O pequeno Príncipe)
Não é um apelo,
Nem mesmo uma ode à saudade...
É apenas para que saiba
a minha resposta diante do seu
COVARDE silêncio!