CARTA À DONA DESPEDIDA

Querida,

Hoje aqui vou, diabo da esquina diamantina,

Fazer significado com minha própria individualidade.

Ainda sou vassalo,

Do lugar onde perdi a autenticidade.

Dos ventos gentis escarram uma saída imatura.

Deixo a viver no auge da sanidade.

Sou um mero espaço,

No vagão de uma ferida verdade.

Então corro para perto dela, minha parideira.

A que me fez terra e suor

Agora me jazerá sobre o pó

A árvore de minha vida.

Anuncio a ti, bela avoada,

A partida insegura,

De um homem só contra a estrada

Passar de ver à ceguidade.

Ó mãe,

Negra-flor,

Me acompanhe onde sou.

De seu filho, com amor.