DESERÇÃO
Enquanto meus dedos cheiravam a veneno,
Envenenei-me no cheiro do quando,
E se quando for, e se quando,
Deixo o peso de meu odor.
E se fui homem-fumaça,
Esvoacei minha presença,
E deixei passar
No trago,
Num suspiro que chamo agora.
Primeiro foram as pernas,
E logo a sanidade,
E logo as horas,
E logo eu.
Mas, se me perder,
Procure-me no tempo,
O que está dentro do peito,
Numa dor pior que a do fumo.