NOSSO EGRESSO
Naquela tarde de setembro,
olhei, no espelho,
meu rosto vermelho,
aquela luz do sol no canto
Cansada de esperar
Pensei um tanto...
Cansarei de mim,
do meu pálido rosto,
dos meus medos,
dos meus vícios,
das minhas manias,
das minhas quinquilharias,
dos velhos amigos,
da nossa antiga casa,
do teu abrigo,
Cansarei de ti
das tuas partidas,
das tuas batidas,
das tuas despedidas,
das tuas migalhas,
das tuas palavras,
das tuas falhas,
Cansarei de nós,
das nossas promessas,
das nossas brigas,
dos nossos beijos,
dos nossos filhos,
das nossas idas,
da nossa cama,
de nossas fotos
das nossas vidas,
Enfim, baterei a porta,
Entregar-te-ei minha dor
Já estarei morta
Nessa despedida,
não há mais volta