Luto da Segunda Lua.

No silenciar do bater do seu coração, o meu estilhaçou-se em pedaços cortantes.

As manhãs estão desesperançosas e as tardes vazias.

Desde de sua partida, tudo aqui anda estranho.

Então simplesmente deixo meus olhos choverem.

Remedei meu peito destroçado.

Mas parece que tenho cacos descendo garganta a dentro, e lâminas dentro de mim.

Então uivo para a lua,

Remendando os pedaços das memórias para ter uma imagem só sua.

Me calo para quaisquer outras palavras antes não ditas, pois já não há à quem pronuncia-las.

Assim como eu, os outros se calam, pois não há mais tempo para pedir perdão a você Lua.

Guardo meu Adeus não dado.

Os dias longos estendem-se como a eternidade de sofrimento.

E as noites são sempre um oceano de palavras não ditas, de declarações não feitas, de verdades escondidas no esquecimento.

Então transbordo de lamento.

Resguardo-me da afeição da dor todos os dias, como se você ainda estive entre nós, como se eu ainda tivesse a esperança de te ver novamente.

Agora seguro forte a aflição dentro de mim, pois tenho que me recolher com os outros, para a celebração de seu luto, Segunda lua.

Isaque Baracho
Enviado por Isaque Baracho em 25/05/2016
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