Vai não, tempo!
Vai não tempo
Deixa eu voltar um pouquinho só!
Deixa eu tomar banho de açude
Usar sapato sem nó
Deixa eu pescar de tarrafa
De vara, de gué, de anzol
Deixa eu rancar tamarino
Ir pra galinha gorda com os menino
Deixa eu voltar um pouquinho só
Aprender a andar de bicicleta
Jogar bola de gude e peão
Deixa eu fazer carro de lata
Brincar de se esconder na praça
Em casa levar o mesmo sermão
Queria fazer uma raia
Um periquito, uma pipa
Ficar lavando a bicicleta
Dizer que está bonita
Fazer as traves com sandália
Dormir na esteira de palha
Ser novamente o menino de Tita
Quero colocar pilape na infieira
Traíra, piaba, cobó
Comprar licuri no meio da feira
Encher de passarinho o aió
Será que tu não se compadece
Porque diabo a gente cresce
Deixa eu voltar que é mió.
A benção minha mãe.
São Paulo primeiro de fevereiro de dois mil e dezesseis, ano do nosso senhor Jesus Cristo.
Aniversário de Lucia Lopes da Costa (Dona Tia) Minha mãe!