"Quando O Coração Sente A Gente Padece"

"...Senti meu corpo num estado de letargia.

E perguntei ao mesmo:" O que há?"

Ele me respondeu: " Não sei, pensei que você soubesse?"

"Não! não sei, mas gostaria"

O corpo disse:" Talvez cansaço, não tenho certeza.

Pergunte ao cérebro o senhor da razão!"

E eu me dirigi ao senhor da razão:"O que há,

Já que você é o mestre da razão?

Por que tanta angustia e melancolia?

Respondeu-me :" Bem, nem tudo é comigo eu apenas processo estímulos e sinais nada mais!

Isso é algo que foge da razão!

Um sentimento que mexe com todo o corpo até comigo.

Eu tento processar e não consigo, ponho-me a pensar e não há exatidão apenas uma fixa imagem.

Isso é coisa dele!"

Perguntei: " Quem?

Respondeu a mente: "O Coração!"

Surpreso falei: "Mas ele só bombeia, não processa e não tem a voz da razão!"

Disse-me a voz da razão: "Engano seu! é esse o mistério,

A forma que ele bombeia é o xis da questão!

Convidei então a mente: " Vamos a ele então!"

Chegamos a ele e lá estava em compasso de uma triste marcação, como um samba triste, um choro canção.

Perguntei em baixo tom:" O que há companheiro coração?"

Ele acelerou um pouco o compasso e me disse: " meu amigo, isso é tristeza, banzo, solidão!

É a saudade do perfume dela que há muito não invade as narinas.

A falta daquela linda imagem que há tempos não é registrada na retina!

Por isso a companheira mente só pode processar a lembrança e então gera toda esta confusão de sentimentos e sensações.

Tudo isso meu amigo é a falta que ela faz, causa esse torpor.

E ao mesmo tempo uma grande dor.

A dor da saudade de um grande amor..."

("Quando O Coração Sente A Gente Padece", by Carlos Venttura)

Carlos S Venttura
Enviado por Carlos S Venttura em 12/07/2007
Código do texto: T561806