Olhando as estrelas

Já fui rico...

Muito rico...

Rico de liberdade.

E na verdade

Eu nem sabia

Que os momentos que eu vivia

Um dia... Eu ia sentir saudade.

Criado no meio do mato

Caçando, pescando...

Com a natureza tendo contato.

Dormia no meio do tempo

Embalado pelo vento

Melhor que ar-condicionado

Ficava olhando as estrelas

Enfeitando o firmamento

Vendo a beleza da lua

Igual à mulher nua

Tamanho encantamento

Hoje na cidade...

Sou escravo da vaidade

A vida é um tormento

Não tenho mais liberdade

Estou a mercê do tempo

Tempo para trabalhar

Para enfrentar

Fila no estacionamento

Depois para comprar

Pagar

Fila... Já não te aguento!

E a falta de segurança...

Não tem mais cabimento

Vivemos enjaulados

Com medo até do vento

Qualquer dia eu chuto o balde

Vou embora da cidade

Volto lá para o mato

Quero viver em paz

E não ter mais aborrecimento

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 26/04/2016
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