AS CARTAS
As cartas que você mandou eu coloquei,
Em uma caixinha, junto com uma oração,
Mas o conteúdo delas prendi no coração.
E digo que, de lá, eu jamais os libertarei.
Quase todos os dias, algumas delas relia,
E aos poucos foi entristecendo meu viver,
Porque nas entrelinhas eu podia entender,
Que para casa, você nunca mais voltaria.
Não sei o que você fez com as que eu enviei,
Se guardou ou fora jogou, não sou sabedor,
Quem sabe, somente eu, tenha dado o valor,
A este punhado de folhas soltas que guardei.
Já faz muito tempo que não recebo noticias,
Até nem sei porque estou fazendo esta poesia,
Não vais ler e era a você que me interessaria,
Dizer, que nunca me esqueci das suas carícias.
marcOrsi