De: Silvino Potêncio ... Toda a Dor de um Emigrante!


Eu Chorei!...
Chorei de mansinho,

Quando eu comecei o meu próprio caminho.
Chorei a minha dor de Menino,
Fui em busca do meu destino.
Chorei a dor que o meu Pai chorava,
Ali na Estação aonde ele ficava...
Chorei quando eu vi que afinal,
Ele não emigrava!...
E, sózinho, eu ali estava.  

Chorei de dor e de muita tristeza,
Na partida pungente, e com toda a certeza
Jamais voltaria a vê-lo vivo... 
É a humana natureza!

O Cais da Estação ainda lá está,
Mas eu chorei quando voltei lá.
E de novo eu Chorei!...
Chorei de mansinho,

O meu sonho de Menino,
A dor da alegria que guardei no peito,
Brotou em soluços e suspiros sem jeito.
Eu chorei de mansinho num silêncio perfeito,
Para escutar esta saudade,
Esta nova dor,

Esta ânsia de ali lembrar o que era Amor!
O Amor da minha Mãe!, eu ali chorei.
E  sózinho de novo eu chorei também. 
Porque ela me deu vida, e logo ali na partida,
Eu chorei esta dor que não tapa a ferida,
Desta eterna saudade,
​A do Amor de Mãe na tenra idade,

Que perdi e me traz tanta dor!.
Ao ter de ir-me embora, mas com tanta vontade!
De poder ficar e chorar.
Chorar de ALEGRIA sem ter de Emigrar.
Porque afinal, eu só quero amar, trabalhar...
E enfim, algum dia, voltar ao Lar!
​Ao Amor da Minha Mãe...

Para finalmente ali parar de chorar.
​(in: POESIAS SOLTAS)
 De: Silvino Potêncio - Emigrante Transmontano em Natal/Brasil
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 03/04/2016
Reeditado em 26/11/2019
Código do texto: T5593595
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