O PORTO
Os olhos podem fechar, e a vida sobre a carne esvair-se.
Lentamente o olhar ao vago deixa a ilusão do Adeus.
Creio que “nunca” seria uma palavra ingrata para aqueles que se amam
E a eternidade seja algo pouco duradouro.
Reencontros em dias de solidão.
A perfeição nos traz ao luar mais simples de uma noite fria.
Aves volteiam no céu em sintonia, em harmonia,
Nessa manhã eu voava sozinho deixando-me levar pelos ventos.
Nunca mais consegui voltar ao mar
Nunca mais senti os ventos soprarem em nossa direção, nem a rede que saia da água trazia-me peixes como outrora.
Na verdade meu barco ancorou num porto sem certeza do regresso.
Numa tarde de outono estive nas pedras que as ondas surravam com sua força.
Uma lagrima surpreendeu-me a face.
Uma paz no coração e a certeza de uma despedida até então adiada.
Sim! Devo seguir para o próximo porto.
Hastear as velas e tomar o timão dessa nau que jamais naufragou, e que jamais irá naufragar mesmo diante das inúmeras tempestades da vida.
Antes de tudo sinto uma emoção e no céu vejo uma ave a voar solitária sobre minha cabeça.
Sintonia!
E depois de tanto tempo, ao olhar ao horizonte de um mar que calmo me convida a novos rumos, resta a certeza que onde estivermos, veremos sempre uma ave sobre nós.
Assim o filho que amou como um pai o pai que amou como um filho, irmãos se tornaram no grande palco do universo, e juntos a Deus novas aventuras viverão separados dessa vez.
Mas um dia os rumos nos colocarão frente a frente em porto seguro para ambos
E assim na saudade ouvir nossos corações que alegres dirão: - meu filho....
MEU PAPAI!
O GUERREIRO