A Cor da Saudade é Dolorida
As preces abrandam as brutas saudades...
Como um beijo suave que abriga na tempestade.
Entretanto,
Todo novo Sol que amanhece
Também acorda a lembrança
Da distância que fez-se tempo.
Desmorono-me...
Recrio-me...
Re(a)cordo.
Lembro da Clara luz que vivia nos olhos,
Enquanto Jujubas coloridas esparramavam-se
Na mesa, todas desconjuntas...
Desfilavam as meninas dos olhos
Soberanas e sobre mesas
Com suas fantasias toscas.
O Desbravador da Lua corria pela casa,
Viajava na sua nave de papelão
Até o lado oculto da mãe prateada.
Depois cansava-se...
Conformado e contente
Em jogar migalhas aos cachorros.
Ah... Deus...
Não fossem aqueles três pares de olhos inquietos,
Cegos seriam os meus olhos à felicidade.
Não fosse a pele adormecida
Debaixo de um beijo de boa noite,
Ocos seriam meus lábios aos anjos...
Ai vida...
Ecos relutantes me lembram toda noite
Do que tive que deixar,
Mas não há um dia sequer
Que a saudade não venha me despertar.