Volta o tempo
Em que seus olhos
eram meus olhos
Volta o tempo
Em que seu caminho
era meu caminho.
E depois com a luz
Alguém se transformou em sombra
E outro era o corpo sob a luz
E o vento apartou tudo.
Separou as folhas
as falas e
as razões.
Fez-se silêncio
lacônico.
Havia um tácito acordo
de tédio mortal.
Bebíamos veneno
lentamente
matando o que existia.
Purgava-se dor e melancolia.
Tua mão ergueu-se para mim
Não num gesto de carinho
mas em agressão.
De parceira virei inimiga.
De vizinha virei algoz
E o grito de dor
fez um mantra catastrófico.
Destruiu a lógica de tudo.
Depois da hecatombe dos anos.
Depois das pedras limadas por muitas
chuvas ou lágrimas.
Procuras agora o que sobrou?
Vestígios virtuais.
Visito o teor de
cartas e e-mails de gratidão
falsa e rendida.
Palavras ocas de
verbos débeis.
Procuras o inconsciente
Que dorme
no mais profundo íntimo.
Procuras a piedade.
A misericórdia
Como um mendigo
a rogar por atenção...
Meus olhos míopes são meus
e da falta de visão que
vem me assaltar com os anos.
Meus passos são de caminhos
que refiz
na empreitada de atravessar
desertos.
Minha luz não projeta sombras
E descobre corpos renovados
na descoberta diária
da vida.
Em que seus olhos
eram meus olhos
Volta o tempo
Em que seu caminho
era meu caminho.
E depois com a luz
Alguém se transformou em sombra
E outro era o corpo sob a luz
E o vento apartou tudo.
Separou as folhas
as falas e
as razões.
Fez-se silêncio
lacônico.
Havia um tácito acordo
de tédio mortal.
Bebíamos veneno
lentamente
matando o que existia.
Purgava-se dor e melancolia.
Tua mão ergueu-se para mim
Não num gesto de carinho
mas em agressão.
De parceira virei inimiga.
De vizinha virei algoz
E o grito de dor
fez um mantra catastrófico.
Destruiu a lógica de tudo.
Depois da hecatombe dos anos.
Depois das pedras limadas por muitas
chuvas ou lágrimas.
Procuras agora o que sobrou?
Vestígios virtuais.
Visito o teor de
cartas e e-mails de gratidão
falsa e rendida.
Palavras ocas de
verbos débeis.
Procuras o inconsciente
Que dorme
no mais profundo íntimo.
Procuras a piedade.
A misericórdia
Como um mendigo
a rogar por atenção...
Meus olhos míopes são meus
e da falta de visão que
vem me assaltar com os anos.
Meus passos são de caminhos
que refiz
na empreitada de atravessar
desertos.
Minha luz não projeta sombras
E descobre corpos renovados
na descoberta diária
da vida.