VOLTE A RIMAR

Do tempo de criança
hoje só a lembrança,
vaga na mente ao léu.
De uma outra solidão
somente  a recordação,
sem estrelas no céu...
Fim da boemia
a triste poesia
já sem papel.

Cantar  o nosso hino
com o badalar do sino,
sozinho numa sala.
Na noite tão quieta
sem as rimas do poeta,
a natureza se cala.
Um grão de areia
a alma campeia
coração embala.

Se lá no campo existe
tem a semente do alpiste,
sei que irei encontrar.
Junto da sombra do carvalho
numa manhã sem orvalho,
lá estarei a procurar.
Dirá o coração
vença a solidão
e volte a rimar.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 03/03/2016
Reeditado em 03/03/2016
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