Vivências

Depois de muitos anos retornei

A um lugar perdido nas areias do tempo

E a memória abriu seus arquivos secretos

E trouxe a tona em questão de segundos

Imagens, palavras, casos, fatos e cheiros

O coração disparou feito uma boiada estourada

Talvez não queria rever

Os amores que se perderam no passado

E a vida parece que parou, inerte e imóvel

Assim como o velho relógio

Da antiga estação de trem

Que há muitos anos deixou de trabalhar

O silêncio era acusador

E dele saia mil vozes, veladas vozes

Um suor frio, gelado, pálido e gélido

Tomou conta do velho corpo arcado

Não havia luzes e nem emoção

Era um misto de saudades e lembranças

Um pássaro preto cortou a estrada solitária

Seu canto era nostálgico e triste

Lembrei me em minutos

Dos momentos que são eternos

E segui sozinho o meu caminho

E aprendi com as minhas vivências

Que nada é para sempre

Que tudo é efêmero como o vento

E que tudo passa rapidamente

Como uma estrela cadente

E no final da vida

No leito amigo de tantas horas partilhadas

Um ultimo suspiro, um adeus sem volta

Aos poucos amigos que sobraram:

Família

Antonio Magnani
Enviado por Antonio Magnani em 28/02/2016
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