MIRAGEM NA CHUVA

Ah! Lembro-me de isto ter vivido,

As gotas eram muitas, e gêmeas,

Os nomes? Nem prestei atenção,

Porque só um nome me ecoava,

Ao redor nada, mais importava,

A não ser as batidas do coração,

Um doce perfume de calêndulas,

Todo sentir, num olhar, contido.

A apreciação das gotas da chuva,

Em frente aos olhos como cortina,

No calor, são, de um forte abraço,

Ah! Eu nada mais, ali, precisava,

A chuva, no chão, parecia estrada,

Depois da espera, nenhum cansaço,

Um avião pousou na minha, só, vida,

Em q'eu fixei-me naquelas curvas.

Walmont di Castro
Enviado por Walmont di Castro em 21/02/2016
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