VOLTA PARA A BOEMIA

Te esperando, tanto tempo fiquei,
já não me lembro, o quanto sonhei,
mas recordo, das noites alucinantes...
De nosso casebre, ao lado da capela,
de nosso ipê e de sua flor amarela,
das chuvas, e das águas gotejantes...
Me deixou, naquela tarde tão fria,
deixou minha vida totalmente vazia,
mas com esperança, sempre te esperei.
Meu cérebro, muito com ela sonhou,
foi para sempre, nunca mais voltou,
o quanto sofri, que dizer não sei...
Tempos de solidão,
morreu meu coração,
por tanto que amei...

Em minha estrada, só pisava em  espinho,
em minhas noites, faltava o doce carinho,
ela apagou toda a minha claridade...
Pelas ermas trilhas, em lentos passos,
recordando só, tantos ternos abraços,
e na alma, o peso dessa eterna saudade...
Grande desespero, que minha alma assalta,
a loucura e a tristeza, que sente a sua falta,
monotonia que o meu corpo não espalma...
Ao sentir no coração, a dor, a infelicidade,
suportando uma amargura que me invade,
sentindo que ia morrer minha pobre alma...
Voltei prá boemia,
escrevo poesia,
me livrei dessa grade...


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 18/02/2016
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