À soleira de mim
Deito no seu corpo
meu corpo cansado
de dores e solidão
aninho meus sonhos
acalmo saudades
escalo a dedo
as alturas
dos nossos desejos
e concedo-me
a ti
mato a sede
e a fome
desperto do transe
percorro
caminho de volta
de novo solidão
hora de voltar
fazer poesia
sentado à soleira
de mim