Máquina do Tempo

Inventei uma máquina do tempo

e fui pra uma época bem longe,

onde não tinha esse lamento,

e o picareta se esconde.

Lá a blusa não era transparente

e o short não era curto,

as pessoas se portavam como gente,

de tanta liberdade eu me assusto.

Lá um não olhava pro do outro,

compromisso era levado a sério,

ser fiel não era ser torto,

o ser humano já não tem mais critério.

Num relacionamento havia satisfação,

hoje parece coisa à-toa,

a entrega era de coração,

hoje se um fecha o olho, o outro voa.

Nunca vi coisa igual,

gente de aliança no dedo,

correndo atrás de bacanal,

e das coisas erradas fazendo segredo.

Palavra de pai e mãe,

era algo de não se desconfiar,

peço, não se acanhe,

hoje é de se desacreditar.

Por outro lado então,

filho respeitava os seus pais,

hoje é um tal de "meu irmão",

e as drogas tirando a paz.

Eu confesso ter saudade,

dessa época que nem vivi,

onde quase tudo era de verdade,

e eu poderia dizer que não me arrependi.

Ricardo Letchenbohmer
Enviado por Ricardo Letchenbohmer em 15/02/2016
Reeditado em 15/02/2016
Código do texto: T5544571
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.