Desde Sempre
Olho o céu caprichosamente pintado,
Que reflete o final de mais um dia.
Tons de vermelho e laranja mesclados,
Nuances de tinta amarela e rubra.
O ocaso me inspira poesia,
Mas me traz a sensação de despedida...
Por que me dói tanto a sua partida?
Vestindo luto, a noite se derrama
Sobre céus e tarras, sem se importar
Com as cores que o seu negrume encubra;
Trazendo a solidão para quem ama,
Fazendo a saudade mais doída.
Por que viver a sonhar alto demais?
Por que peço amor, por que não peço paz?
No céu, milhares de estrelas cintilantes
Num passe de mágica vão me transportar
A outras noites perdidas no passado.
Por que temos que estar assim distantes?
Ah! Se tudo dependesse do meu querer!
Antigas lembranças me vêm ao pensamento.
Eu ali, embevecida, a sonhar...
Olhos perdidos no vasto firmamento,
Desde então querendo o que não posso ter!