Descansam
Descansam meus mortos, no frio,
Por trás dos sorrisos que minto;
Descansam, os rostos nas flores,
Os olhos nas pedras dos rios.
Descansam, querendo escutar
As preces que não mais lhes digo
Pois as palavras não são pontes,
São estradas que eu não sigo.
Descansam meus mortos, espero,
Na paz que não me deixaram,
Descansam nos lábios cerrados
No adeus que não me disseram...
Descansam, sonhando com o tempo
De morrer completamente
Quando forem esquecidos
Pelos que ainda sentem.